O projecto da Casa da Vilarinha foi distinguido como Best Luxury Sustainable Residential Architecture - Portugal nos Luxury Lifestyle Awards 2024.
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Tendo a sustentabilidade inúmeras
variantes, temos como matriz de valores, desde a fundação do A2OFFICE, que a boa Arquitectura deverá ser
sustentável, do ponto de vista ambiental, social, estético e económico. Neste sentido,
para um resultado final que cumpra com estes valores, é fundamental existir um
empenho partilhado entre os vários intervenientes ao longo do processo,
nomeadamente os projectistas, os donos de obra e o construtor.
Procuramos desenhar e conceber edifícios e espaços ecológicos,
eficientes e resilientes, contribuindo significativamente para a
sustentabilidade ambiental e o bem-estar dos seus usuários.
No projecto da Casa da Vilarinha
perseguimos estes valores de sustentabilidade desde a concepção inicial,
orientados por premissas de um design passivo, considerando diversos aspectos
que foram valorizados pelo júri deste prémio, com o objectivo de que o edifício
fosse o mais passivo e sustentável possível, através das seguintes acções:
- execução de um projecto de
execução detalhado e pormenorizado, para se evitar indefinições em obra que
pudessem propiciar o refazer partes dos trabalhos e com isso gerar desperdícios
e consumos desnecessários;
- materialização de volumetria com
protecção da insolação excessiva dos vãos envidraçados no verão, mas permitindo
a boa insolação no inverno para obtenção de ganhos térmicos no aquecimento da
casa;
- concepção de um isolamento térmico
externo completo e contínuo em paredes e coberturas, evitando as pontes
térmicas e criando a inércia térmica adequada mantendo as superfícies
respirantes;
- revestimento da cobertura com
materiais inertes, naturais, reutilizáveis, recicláveis e dissipadores de calor
por reflexão, tal como o godo branco;
- definição de uma área alargada de
pavimentos permeáveis, promovendo
a recarga de aquíferos e reduzindo o risco de inundações;
- concepção de um edifício que
permite a ventilação natural cruzada, de forma a melhorar a circulação do ar interior, reduzindo a
necessidade de sistemas mecânicos de ventilação;
- uso de materiais renováveis, reciclados, recicláveis ou de
baixo impacto ambiental, nomeadamente a cortiça aplicada na constituição dos
pavimentos;
- implementação de sistemas de iluminação LED de baixo
consumo e eletrodomésticos com alta eficiência energética para reduzir o
consumo de energia;
- uso de vegetação de folha caduca para permitir sombrear a
fachada nos meses quentes e a passagem da luz solar e calor nos meses frios;
- introdução da luz natural em todas
as divisões da casa, incluindo as interiores, de forma a reduzir a necessidade
de consumo de energia durante o dia;
- integração de sistema
de microgeração para produção descentralizada de energia através
de painéis solares fotovoltaicos,
que convertem a energia solar em eletricidade que é utilizada para aquecimento
das águas sanitárias em
combinação com uma bomba de calor de alta eficiência que também
fornece energia de fonte renovável e é utilizada no sistema de
ventiloconvectores utilizado para climatizar o interior da casa, quando
necessário;
- instalação de um recuperador de calor a biomassa,
aproveitando esta matéria orgânica e natural para o aquecimento do ar-interior
da habitação;
- uso de caixilharias eficientes com corte térmico e vidros
duplos com os factores adequados de reflexão e absorção solar;
- escolha de equipamentos que
promovem a redução do consumo da água tais como equipamentos sanitários
eficientes com descarga dupla e válvulas redutoras de pressão;
- aplicação de materiais de construção com baixa ou nula
emissão de compostos orgânicos voláteis (COVs) para melhorar a qualidade do ar
interno;
- planeamento de um edifício com uma
vida longa, através de um projecto estruturado e versátil e a utilização de
materiais duráveis para que a casa tenha uma construção de qualidade para exigir
o mínimo de manutenção possível e aumentar o período de vida útil do edifício, e
com esta premissa utilizar o mínimo de recursos possível no futuro;
- utilização de materiais locais,
tanto quanto possível, para reduzir o impacto nos recursos de transporte e
consequentemente a
pegada de carbono associada ao transporte e apoiar a economia local.
Ano: 2024
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